Embora a anatomia seja comumente associada com a biologia e medicina, este artigo não abordará o estudo do corpo humano. No entanto, os típicos métodos ilustrativos utilizados para o exame detalhado e análise de características corporais sempre foram uma ferramenta eficaz de aprendizagem na sala de aula. As lições de anatomia dentro da lubrificação de máquinas aplicarão estes mesmos métodos para vários tópicos dentro de nossa indústria.
Neste artigo, a pistola graxeira será dissecada para descobrirmos todas as características de seus componentes. Além disso, serão discutidos vários outros tópicos relacionados, como problemas comuns dos injetores de graxa, sintomas de volume e/ou frequência de lubrificação incorreta e práticas recomendadas para usar uma pistola graxeira.
Tipos de Pistola Graxeira
Há três maneiras das pistolas graxeiras funcionarem: manualmente, à ar (pneumática) ou eletricidade. Além dessas variações, as pistolas graxeiras manuais podem ser fabricadas com uma alavanca ou um gatilho. Os benefícios para cada uma delas dependem principalmente da aplicação pretendida e da preferência pessoal do técnico de lubrificação. Uma outra grande variação entre as pistolas graxeiras é como elas são abastecidas: por sucção, cartucho ou manuseando o volume.
Manual (Alavanca) – Este é o tipo mais comum de pistola graxeira e pode fornecer cerca de 1,5 gramas de graxa por bombada.
Manual (Gatilho) – Esta variação da pistola graxeira do tipo alavanca permite o método de bombeamento de uma mão, o que é muito comum. Ela fornece aproximadamente 0,9 gramas por bombada.
Pneumática (Gatilho) – Esta pistola graxeira usa ar comprimido direcionado por uma mangueira cada vez que o gatilho é pressionado gerando um deslocamento positivo.
Bateria (Gatilho) – Esta é uma pistola graxeira com baixa tensão e bateria que funciona de forma semelhante à pistola graxeira pneumática. Ela oferece a vantagem de ser sem fio.
É fundamental que a graxa seja usada como lubrificante, porque ela se adere às superfícies em movimento das máquinas sem vazar facilmente como o óleo. Por esta razão, o abastecimento e o reabastecimento de máquinas lubrificadas a graxa devem ser tratados de forma diferente daquelas lubrificadas a óleo. É essencial que a operação apropriada da pistola graxeira seja compreendida e gerenciada pelos técnicos de lubrificação auxiliando na confiabilidade das máquinas e rolamentos. Conhecer os sinais do excesso e falta de graxa e a frequência de relubrificação basta para seguirmos no caminho da extensão de vida da máquina.
Conectores, Adaptadores e Acopladores
Uma pistola graxeira pode vir com o conector padrão, como um acoplador hidráulico, mas existem várias variações dependendo da aplicação. O acoplador hidráulico padrão é o mais comumente usado e aplicável. Um adaptador 90 graus é ideal para pinos graxeiros em áreas confinadas que requerem um ângulo de 90 graus. Um adaptador de ponta de agulha fornece uma quantidade fina e precisa de graxa para lugares apertados, enquanto que um acoplador de três giros oferece uma variedade de posições para diferentes aplicações.
Mangueira Flexível vs. Tubo Fixo
A decisão de usar uma mangueira flexível ou um tubo fixo depende do tipo de bico graxeiro da máquina e da facilidade de localização, bem como o tipo de pistola graxeira utilizada. Por exemplo, um local de difícil acesso beneficiaria uma mangueira flexível. Por outro lado, pistolas graxeiras do tipo alavanca requerem ambas as mãos para bombear a graxa e favoreceriam a alternativa do tubo fixo.
Acessórios
Medidores de graxa podem ser instalados a uma pistola graxeira para ajudar a otimizar o consumo de lubrificante. As tampas plásticas fornecem benefícios tais como a prevenção da corrosão e depósito de poeira nos bicos graxeiros, além de poderem ser codificados por cores auxiliando na prevenção de contaminação. Outros acessórios como dispositivos sônicos/ultra-sônicos também estão disponíveis.
Pinos Graxeiros
Este é o ponto de lubrificação onde o conector da pistola graxeira deverá ser conectado. O pino graxeiro hidráulico padrão é normalmente usado para a maioria das aplicações. Pode ser vertical ou angulado.
O encaixe do pino graxeiro tipo botão é ideal para um bom engate do conector da pistola quando grandes volumes de graxa estão sendo adicionados. O pino graxeiro tipo fêmea é preferível quando o espaço é limitado para os pinos padrão, enquanto que a válvula de alívio ajuda evitar pressões mais elevadas que poderiam danificar as vedações.
Riscos de Saúde Associados com Pistolas Graxeiras
Pistola Graxeira de Alta Pressão
Uma pistola graxeira manual de alta pressão é desenvolvida para fornecer de 2000 a 15000 psi (libra por polegada quadrada). Aplicar muita pressão no momento do engraxe irá danificar as vedações dos rolamentos, que raramente suportam mais do que 500 psi. Sintomas de alta pressão incluem: rolamentos blindados colapsados, vedações danificadas, graxa vazada para os enrolamentos de motores elétricos e questões relacionadas à segurança e meio ambiente.
Frequência de Lubrificação
A gestão da frequência de reengraxe para que haja as melhores condições de lubrificação se faz necessária para evitar problemas nas máquinas a longo prazo. Uma frequência muito estendida pode causar a falta de lubrificante que promove atrito, desgaste e contaminação da graxa. Se a frequência for muito curta pode haver consumo excessivo de graxa e questões relacionadas à segurança e meio ambiente.
Excesso e Falta de Graxa
É importante conhecer a quantidade exata de graxa necessária para sua aplicação para evitar o excesso ou a falta de graxa. Sintomas de excesso de graxa incluem: vedações e enrolamentos de motores elétricos danificados, questões ambientais, atrito fluido que leva a geração excessiva de calor, maiores taxas de oxidação da graxa e maior consumo de energia. Sintomas de falta de graxa incluem: falta de lubrificante que resulta em desgaste por atrito e aumento de contaminação.
Como a Vazão é Medida
É comum para os departamentos de manutenção ter uma vasta variedade de tipos de pistola graxeira, fabricantes e modelos. Isto pode causar problemas relacionados a graxa devido a contaminação cruzada e a imprecisão da vazão de graxa por bombada. A variação da quantidade de graxa por bombada pode ser de 0,5 até mais de 3 gramas. Esta inconsistência depende de fatores como: tipo, fabricante e idade da pistola graxeira.
Para superar esse problema é necessário calcular a quantidade de graxa fornecida por uma pistola graxeira por bombada. Para fazer isso, use uma balança calibrada e consistentemente forneça 10 bombadas de graxa sobre a balança. Uma vez identificado esse valor, divida-o por 10.
Melhores Práticas
- Calcule a quantidade de graxa adequada para a relubrifcação de rolamentos baseado no volume de entrega de graxa da pistola graxeira selecionada.
- Utilize uma válvula de alívio no dreno do mancal de rolamento para ajudar expelir a graxa velha e reduzir o risco de alta pressão no mancal.
- Seja extremamente cuidadoso ao abastecer a pistola graxeira para assegurar que contaminantes não sejam introduzidos. No caso de cartucho, tenha cuidado para que ao remover a tampa de metal lascas do material não sejam introduzidas na graxa.
- Assegure que a pistola graxeira esteja claramente identificada de acordo com a graxa que é utilizada. Não use qualquer outro tipo que não aquele identificado na pistola.
- Tenha sempre certeza que o bico de dispensa de graxa da pistola graxeira está limpo antes de usá-la. Bombeie uma pequena quantidade de graxa e então limpe o bico com um pano limpo que não solte fiapos antes de acoplá-lo ao pino graxeiro do mancal de rolamento.
- Limpe o pino graxeiro do mancal antes de acoplar a pistola graxeira. Inspecione e troque, se necessário, pinos graxeiros danificados. É de grande ajuda utilizar tampas para os pinos graxeiros afim de mantê-los limpos, porém ainda se faz necessário limpar os pinos antes de aplicar graxa.
- Assegure que a graxa certa esteja sendo usada em todo ponto lubrificado. Aplicar a graxa errada pode causar problemas de incompatibilidade que pode rapidamente causar falha do rolamento. Os pontos de lubrificação devem ser claramente identificados com as graxas utilizadas neles. Isto pode ser feito com etiquetas coloridas, adesivos ou marcadores.
- As pistolas graxeiras devem ser armazenadas despressurizadas em um local limpo, fresco e seco em posição horizontal para ajudar prevenir que o óleo se separa do espessante. Braçadeiras ou ganchos tornam o armazenamento fácil e organizado. Tampe o engate da pistola graxeira para mantê-lo livre de sujeira e contaminantes.
- Calibre as pistolas graxeiras regularmente para assegurar que o volume de graxa por bombada esteja adequado.
Anatomia de uma Pistola Graxeira
- A alavanca é usada na pistola graxeira manual para bombear a graxa do tambor para a mangueira ou tubo.
- O gatilho ou cabo são usados na pistola graxeira manual para bombear a graxa do tambor à mangueira ou tubo de uma maneira similar a alavanca.
- O tambor é a estrutura da pistola graxeira que armazena tanto o cartucho de graxa quanto a graxa proveniente do tambor ou balde.
- O tubo de graxa (ou cartucho) é um invólucro de graxa inserido no tambor que é substituível quando a graxa está esgotada.
- O acoplamento hidráulico (ou conector) é o ponto de conexão que fixa a mangueira ou tubo a parte superior da pistola graxeira.
- A parte superior da pistola graxeira contém aberturas e válvulas que permitem o bombeamento da graxa do tambor para a mangueira ou tubo.
- O conector é o ponto de injeção de graxa da pistola graxeira.
- O bico de alívio de ar permite que o ar saia depois que a graxa nova foi adicionada a pistola graxeira e bombeada para a parte superior.
- A mola fornece pressão para o êmbolo.
- A haste auxilia o êmbolo a seguir uma trajetória uniforme enquanto mantém pressão no tubo de graxa. A haste também auxilia no retorno da mola previamente a inserção de um novo tubo de graxa.
- A alça oferece controle ao puxar a haste previamente a inserção de um novo tubo de graxa.
- O êmbolo fornece pressão uniforme ao tubo enquanto a graxa é consumida.
- A mangueira é utilizada para um posicionamento flexível do conector.
- O tubo fixo é uma espécie de mangueira rígida.
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Referência: FITCH, Bennett. Anatomy of a Grease Gun. Machinery Lubrication, Estados Unidos, abr. 2013. Disponível em: http://machinerylubrication.com/Read/29356/grease-gun-anatomy. Acesso em 23 de janeiro de 2017. Versão em Português: Confialub – Noria no Brasil
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